- Área: 770000 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Jie Zhu, Mucong Li
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Parque Shenzhen Talent é o primeiro parque urbano que leva o termo "talent" - talento, em português - na China. Ele está integrado com o Shenzhen Bay Park e o Shenzhen Bay Sports Centre e próximo ao Shenzhen Bay Headquarter Base e também ao centro da área do Guangdong-Hong Kong-Macao Greater Bay.
O termo "talento" que conceitua o parque foi destacado a partir de quatro setores estratégicos: encorajamento, comunicação, atividade e publicidade, de uma forma leve, natural e artística.
O parque está localizado em um aterro e se tornou a maior parcela de área verde urbana na área de Houhai. Este é um espaço que ficou marcado pelo F1H2O UIM World Championship Shenzhen, que aconteceu em 2007. Desde então, sua imagem caiu no esquecimento popular desde 2009. Com o desenvolvimento da cidade e a consequente construção e abertura dos 15km de área litoral conjunta à Shenzhen Bay, o futuro desta área se tornou uma grande dúvida em termos de desenvolvimento.
A vida contém poesia em seus detalhes diários
Jie Zhu, paisagista que acompanhou o desenvolvimento desta área por dez anos foi essencial para o projeto. Como uma estrutura consistente de superfície, o parque apoia e nutri a ecologia natural ao mesmo tempo que auxilia também no sistema ecológico urbano. Com funções integradas, oferece experiências de espaços públicos enquanto resguarda as características da área, balanceando as atividades. O paisagismo do parque não é somente para o desfrute do local, mas também um espaço aberto inserido dentro da morfologia urbana daquela região e tem função como infraestrutura verde.
Como um parque urbano, o espaço fornece à população espaços de relaxamento e recreação. Os jovens e os idosos podem praticar seus exercícios e atividades de lazer,enquanto as crianças brincam. As pessoas podem caminhar, conversar e se divertir.
O local desperta a memória com a fluidez
Considerando a trajetória desta área que deixou de ser oceano para se tornar área verde, entende-se o parque como uma boa oportunidade para resguardar a memória e a história da região. Das visualidades à consciência, o parque apresenta elementos oceânicos bastante diretos.
O conceito de fluidez é prioridade em todo o projeto: primeiro, o espaço está fluindo. Muitas praças são modificadas com linhas mais relaxadas e curvas, ao mesmo tempo que diferentes tipos de gramas ornamentais são utilizadas para suavizar as barreiras e os espaços, oferecendo uma diversão natural. Diferentes vias pedonais são desenhadas de forma a garantir que as pessoas interajam e se conectem.
Com três estratégias chave, fluidez, flexibilidade e limites, constrói-se um sistema de espaços públicos que não é estagnado, não é isolado e não é rígido. Baseado nos elementos de água, o projeto mostra uma abstração da ideia de fluidez, mostrando que a água surge no mar e corta o parque se tornando parte da cidade. O projeto também enfatiza a flexibilidade integrada das suas múltiplas funções. Um anel de transporte de 3km de comprimento é criado como uma extensão e amplificação dos 15km de Shenzhen Bay, o que fortifica a relação entre os cidadãos e o oceano.
A partir de separações, cortes e combinações das fronteiras internas e externas do parque, os limites entre a cidade, a água e o parque ficam indefinidas e com múltiplas interfaces, dando mais permeabilidade e diversidade. O parque é rodeado por ruas que auxiliam em um certo isolamento. Ainda assim o projeto entrelaça eixos do parque e da cidade, integra a questão da acessibilidade e de diferentes caminhos e usa elementos do paisagismo como árvores, iluminação, pequenos objetos decorativos e sistemas tipo VI para conectar com o entorno e melhorar a relação entre o litoral e a cidade. No parque, a costa original é demarcada, formando ilhas, o que valoriza os níveis visuais e cria uma área de transição até os pântanos. Com tal formação a costa se desenvolve em três limites diferentes, os quais providenciam mais flexibilidade para purificação da água e variabilidade de fontes de água.
O tempo mantém a vitalidade através do processo
Periodicidade é um conceito importante em um parque. Porém, como as quatro estações se confundem na região de Shenzhen, o projeto apresenta as quatro estações em diferentes áreas do parque a partir de uma variedade de plantas e sua coloração. Assim as pessoas podem sentir a passagem do tempo. Na primavera plantas tipo Ipê amarelo, bombax e as bauínia blaqueana florescem; No verão, as buteas florescem com paixão; No outono, gramas e caniços se tornam amareladas; No inverno, paineiras, eritrinas e a bauínia blaqueana formam um cenário preciso.
O paisagismo de um parque é um trabalho que envolve muitos processos naturais, que auxiliam na existência e duração da vida. Enquanto o parque é um espaço de muitas funções, ele também possibilita e coordena interfaces entre meio ambiente e atividades que se integram e se complementam. Caracterizado por ser natural, aberto, tolerante e diversificado, o parque continuará prevalecendo com vigor por causa de sua vitalidade atual.